SACs ainda não são eficientes
Caros Telemáticos,
Em geral, os SACs não se adequam à tecnologia, oferecem ferramentas que não utilizam e não satisfazem o cliente.
"O bom serviço é aquele que consegue informar o cliente com precisão e solucionar seu problema com rapidez", resume o advogado do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Luiz Fernando Moncau. No entanto, nem sempre isso acontece. Não é raro encontrar consumidores insatisfeitos justamente com a lentidão, frieza e falta de resultados desses serviços. Planos de saúde e telefonia são os setores mais problemáticos, conforme revela a pesquisa do Inmetro.
A pesquisa do Inmetro detectou ainda que o e-mail é um dos canais de comunicação mais falhos nas companhias. "As empresas disponibilizam o serviço por e-mail, mas não o utilizam de fato. Estamos na era da tecnologia, e este deveria ser o canal mais rápido e fácil, mas vem sendo mal trabalhado", avalia Rose Maduro. O maior problema é o tempo de espera por uma resposta. O Inmetro estuda a possibilidade de propor à Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) uma padronização de procedimentos de atendimento ao cliente.
Enquanto isso não acontece, a coordenadora institucional da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Pro Teste), Maria Inês Dolci, sugere ao cliente sempre pedir o número do protocolo do atendimento — ferramenta que garante mais agilidade em uma segunda ligação e serve como documento posteriormente. Se a empresa não fornecê-lo, anote dia, hora e nome completo do atendente. Com esses dados, faça uma reclamação por escrito, formalizando o assunto.
Moncau dá mais uma orientação. Mande a reclamação por carta registrada pelos Correios. Deste modo, ela funcionará como um documento, que comprova sua tentativa, caso a situação não mude. Daí é só acionar as entidades de defesa do direito do consumidor e, em casos de serviços públicos, as agências reguladoras também. Esta, inclusive, é uma forma de assegurar a garantia de bens adquiridos com defeito. "Enquanto não chegar a resposta por escrito, o prazo pára de correr", explica Moncau.
Boas Experiências - Empresas não são todas iguais
A administradora de empresas Kennya Cabral Bezerra tem muitas histórias para contar sobre os Serviços de Atendimento ao Consumidor. Como pessoa bastante esclarecida que é, está sempre à procura de seus direitos. Nesta busca, já se deparou com empresas que resolveram o problema e outras que só dificultaram.
As experiências que se confrontou com administradoras de cartão de crédito e de telefonia móvel não foram nada agradáveis. Além de ter que reclamar por um telefonema, em que pagou o custo de uma ligação local, teve que aturar uma mensagem gravada, que vai orientando a pessoa a teclar diversos números para, no fim, não apresentar solução.
"Eu pagava mensalmente a conta de um celular, cuja linha estava sempre fora de área", lembra. "No caso do cartão de crédito, paguei a ligação e ainda continuei com o problema", destacou Kennya Cabral.
Na contramão desses aborrecimentos, a administradora cita algumas boas ocorrências com produtos dos ramos de alimentação e comésticos. Para começar, os serviços de atendimento ao consumidor desses segmentos geralmente são oferecidos por meio de um 0800, o que já facilita por não ter custo. Ainda foi bem atendida.
"Quando adquiri produtos como pão e azeite, que apresentaram bolor ou fungos, em ambas as situações, as empresas fizeram a troca, sem dificuldades". "O mesmo aconteceu quando comprei um produto da linha de cosmético — me pediram desculpas e enviaram outro produto", ressaltou.
Importante ferramenta de fidelização de clientes, os SACs não têm funcionado a contento, se perdendo em meio a gerundismos, números e falta de informações. "Os SACs como concebidos atualmente não conseguem fidelizar (o consumidor), pois são receptivos, mas não conseguem ser pró-ativos", comenta Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (ProTeste).
Boa parte das reclamações diz respeito ao tempo perdido no telefone. O consumidor fala com vários atendentes ou fica pendurado na linha teclando vários números, sem entrar em contato com ninguém. Há ainda os casos de e-mails não respondidos. "Ou seja, o SAC não tem como atender a demanda e muitas vezes coloca pessoas que não podem responder pela empresa. O atendente não é capacitado, não tem como responder tudo, e o cliente se sente desprestigiado", argumenta.
Quando o cliente deseja cancelar um serviço, se depara com uma das estratégias para segurá-lo: sua ligação é retardada ao máximo. No entanto, o efeito pode ser contrário. Tem aumentado o número de reclamações em órgãos de defesa do consumidor e na Justiça comum. "Há uma falta de projeto. Para reverter a situação, as empresas gastam muito com publicidade, mas o prejuízo à imagem pelo mau serviço é irreversível", diz a superintendente da Pro-Teste.
3 comentários:
Quem nunca ficou horas no telefone, ouvindo aquelas musiquinhas toscas, esperando alguém ter a bondade de te atender?
Alguém já conseguiu falar com o suporte da velox?
E ainda confundem nosso curso de Telemática com Telemarketing. Estamos sem moral mesmo.
esse povo fica é frescando, colocando aquelas musiquinhas e fazendo esperar
Olhem só, talvez uma padronização ABNT seja realmente bem bacana, neste caso...
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